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ABNT ISO/TS 5111: Novo padrão eleva segurança da água no CME

Com a chegada da ABNT ISO/TS 5111, o Brasil adota um novo marco técnico que eleva os padrões de controle da água utilizada em dispositivos médicos, promovendo mais segurança, rastreabilidade e eficiência nos processos de saúde dentro de uma Central de Material e Esterilização (CME).

A nova ABNT ISO/TS 5111 surge em resposta a um problema real e crescente: a exposição de pacientes a contaminantes presentes na água utilizada em processos de esterilização de dispositivos médicos, tais como instrumentos cirúrgicos, endoscópios, cateteres, entre outros.

Essa água precisa atender a níveis de pureza mais exigentes que os definidos para consumo humano.

Neste conteúdo, você vai entender em profundidade tudo o que a ABNT ISO/TS 5111 estabelece sobre a qualidade da água em dispositivos de saúde.

Objetivo da Norma ABNT ISO/TS 5111

A Norma ABNT ISO/TS 5111 estabelece diretrizes para a qualidade da água usada no processamento de dispositivos médicos.

Aplica-se à água utilizada em esterilizadores (autoclaves), lavadoras-desinfetadoras (LD) e lavadoras ultrassônicas e em processos de esterilização por calor úmido.

O objetivo principal é garantir:

  • Segurança do paciente
  • Eficácia do processo de esterilização/desinfecção
  • Preservação da integridade dos equipamentos e dispositivos

A norma fornece orientações sobre:

  • Qualidade da água para diferentes aplicações
  • Métodos de tratamento e monitoramento
    Investigação de desvios de qualidade
  • Distribuição e armazenamento

A importância da qualidade da água no setor de saúde

Embora a água potável seja considerada segura para consumo humano, ela não é adequada para uso direto em esterilizadores e LDs.
Isso se deve à variabilidade química e microbiológica da água potável, que pode:

  • Deixar resíduos minerais ou orgânicos nos instrumentos
  • Causar formação de biofilmes e crescimento microbiológico nas superfícies dos materiais ou dos equipamentos
  • Danificar componentes sensíveis dos equipamentos

A norma enfatiza a necessidade de tratamentos complementares, como:

  • Filtração
  • Abrandamento
  • Osmose reversa (OR)
  • Deionização (DI)
  • Destilação
  • Eletrodeionização (EDI)

O uso de água inadequada compromete diretamente a eficiência da limpeza, desinfecção e esterilização podendo impactar a segurança clínica dos procedimentos.

Aplicações e tipos de uso da água

A água é usada de várias formas no processamento de produtos para saúde:

Contato direto com o produto:

  • Enxágue de instrumentos
  • Limpeza e desinfecção térmica ou química em LDs

Geração de vapor:

  • Esterilização por autoclaves (vapor saturado)

Contato indireto:

  • Resfriamento ou aquecimento de equipamentos
  • Operação de bombas e válvulas

A qualidade da água deve ser adequada para cada tipo de aplicação, evitando riscos ao processo e ao produto.

Análises e parâmetros de controle da água

Análise físico-química:

A presença de alguns contaminantes podem reduzir a efetividade dos detergentes enzimáticos, podem provocar manchas ou corrosão nas superfícies dos dispositivos médicos, além de influenciar na formação de depósitos nas superfícies internas dos equipamentos e, consequentemente, reduzir a capacidade de transferência de calor e de esterilização.

Exemplos de ensaios analisados:

  • Condutividade elétrica
  • pH
  • Cloreto
  • Alguns metais
  • DurezaSólidos totais

Análise microbiológica:

Biofilmes podem ser formar nas superfícies dos dispositivos médicos, comprometendo a segurança de procedimentos médicos ou também podem se desenvolver no interior dos equipamentos de esterilização e desinfecção.

Além disso, estes biofilmes podem albergar bactérias patogênicas ou oportunistas.

Exemplos de ensaios analisados:

  • Contagem de bactérias heterotróficas
  • Pesquisa de organismos específicos:
    • Pseudomonas aeruginosa
    • Legionella sp.
    • Endotoxinas bacterianas (particularmente importantes para instrumentos oftalmológicos e endoscópios)

Requisitos de qualidade da água para diferentes aplicações

Os critérios variam conforme:

  • Tipo de contato da água com o produto
  • Exigência do fabricante dos equipamentos
  • Normas complementares (ISO 15883, EN 285 etc.)

A norma recomenda a realização de uma avaliação de risco considerando:

  • Especificações técnicas dos equipamentos
  • Capacidade de tolerância à presença de íons, partículas ou microrganismos
  • Impacto sobre a carga (instrumentos médicos)

Uso da água em lavadoras-desinfetadoras (LD)

A LD pode utilizar água potável tratada ou água purificada, dependendo da etapa do processo:

  • Pré-lavagem
  • Limpeza
  • Enxágue intermediário
  • Desinfecção térmica ou química
  • Enxágue final

Cada etapa pode exigir níveis diferentes de pureza da água.

A água utilizada precisa ser:

  • Periodicamente testada
  • Isenta de endotoxinas, em casos críticos
  • Livre de contaminações cruzadas (devem ser evitadas reutilizações da água de enxágue final)

Água para geração de vapor 

A água utilizada para gerar vapor em autoclaves deve ser de qualidade adequada para não comprometer:

  • A esterilidade do produto
  • O desempenho do equipamento

A norma não estabelece critérios para o vapor em si, mas recomenda o uso de água purificada para garantir a qualidade do vapor gerado (ver EN 285 para especificações de vapor).

Sistemas de tratamento da água

A norma apresenta diversas tecnologias possíveis, com suas vantagens e limitações:

  • Filtros de partículas: remoção de sólidos em suspensão
  • Carvão ativado: remoção de cloro e matéria orgânica
  • Abrandadores: remoção de cálcio e magnésio
  • Deionizadores (DI): remoção de íons minerais
  • Osmose reversa (OR): alta remoção de contaminantes
  • Eletrodeionização (EDI): polimento de alta pureza
  • Ultrafiltração: remoção de microrganismos e endotoxinas
  • Destilação: produção de água de altíssima pureza

Armazenamento e distribuição da água

A água tratada precisa ser armazenada e distribuída com o mesmo cuidado do tratamento:

  • Reservatórios higienizados e bem vedados
  • Tubulações sem pontos mortos ou zonas de estagnação
  • Desinfecção periódica do sistema de distribuição
  • Instalação de dispositivos de proteção contra refluxo

Monitoramento e controle

Recomendado manter uma rotina documentada de:

  • Amostragem periódica
  • Teste de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos
  • Controle de endotoxinas nos casos necessários
  • Rastreabilidade dos resultados

A norma também orienta sobre a investigação de não conformidades (Item 12):

  • Interpretação de desvios
  • Avaliação da origem da contaminação
  • Ações corretivas e preventivas

Limpeza e desinfecção dos sistemas

Sistemas de tratamento de água devem ser regularmente higienizados.

A norma recomenda:

  • Programas de autodesinfecção em LDs
  • Limpeza química e térmica das tubulações e tanques
  • Monitoramento da eficácia dos ciclos de desinfecção

Como a Microambiental garante a conformidade

A Microambiental oferece soluções completas para atender à nova norma com eficiência técnica e segurança operacional.

Conclusão

A ABNT ISO/TS 5111 representa um salto técnico fundamental para elevar o padrão de segurança e qualidade da água em serviços de saúde.

Sua implementação deve ser vista não apenas como uma exigência normativa, mas como uma oportunidade de inovação e excelência institucional.

Garanta conformidade e segurança nos seus processos hospitalares. Conheça as soluções da Microambiental que atendem à ABNT ISO/TS 5111!





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