Para entender como o excesso de manganês pode afetar a qualidade da água que consumimos, é importante compreender as principais características desse elemento químico no meio ambiente.
Após períodos de chuvas, parte da água que atinge o solo se infiltra, penetrando nas camadas mais profundas do subsolo.
Ao longo do tempo, essa água viaja através das formações geológicas subterrâneas, armazenando-se em cavidades e porosidade das rochas, formando os aquíferos.
Esses aquíferos funcionam como reservatórios subterrâneos naturais compostos por formações geológicas porosas e permeáveis, capazes de reter e liberar água gradualmente ao longo do tempo. Todo esse fluxo atua como um processo de filtração natural da água.
Os aquíferos atuam como uma fonte de água para abastecer rios, lagos, poços e, inclusive, para o consumo humano em muitas regiões do mundo. Eles são extremamente importantes para o fornecimento de água potável.
A água proveniente desses poços geralmente apresenta alta qualidade, entretanto, em certas situações, a água pode conter excesso de substâncias como ferro e manganês, exigindo tratamento antes do consumo seguro.
Esses elementos podem causar riscos à saúde, manchas em tecidos e utensílios domésticos, além de danificar as tubulações do poço.
Neste artigo, abordaremos a detecção de manganês em poços artesianos e seu efeito na coloração da água, além das melhores práticas para garantir a segurança da água potável.
O manganês é um metal de transição, de cor prateada e brilhante quando puro, porém pode adquirir colorações diferentes dependendo das impurezas presentes.
Este elemento químico que ocorre naturalmente no solo e pode ser dissolvido na água subterrânea. Quando presente em concentrações elevadas, o manganês pode interferir na tonalidade da água.
A presença de manganês em níveis excessivos também pode alterar o cheiro e o sabor da água, tornando-a desagradável para o consumo.
A exposição crônica ao manganês em níveis elevados na água potável tem sido associada a efeitos adversos na saúde, como danos neurológicos, problemas de desenvolvimento em crianças e efeitos negativos no sistema respiratório.
Portanto, é fundamental monitorar e controlar os níveis de manganês na água para garantir a segurança e a saúde da população.
Existem várias fontes de contaminação por manganês na água. Uma delas é a atividade industrial, incluindo a mineração e o processamento de minérios que contêm manganês.
É importante identificar as fontes de contaminação para implementar medidas de controle e prevenção adequadas.
Os reservatórios de água potável podem acumular sedimentos, minerais e detritos ao longo do tempo.
O manganês pode se acumular nessas superfícies, formando irregularidades criando um ambiente propício para fixação de matéria orgânica e a formação de biofilmes.
Portanto, realizar as higienizações destes reservatórios a cada 6 meses colabora para um ambiente mais seguro.
A utilização do pré-filtro é essencial para capturar possíveis contaminantes antes que o processo de osmose ocorra.
Isso não apenas protege a membrana, que é a parte mais custosa do sistema de purificação da água, mas também evita que esses elementos passem pelo sistema de filtração e se acumulem em utensílios médicos.
Essa deposição pode comprometer a segurança dos procedimentos cirúrgicos, representando um alto risco para a vida dos pacientes, especialmente em ambientes como CMEs e nos procedimentos de hemodiálise, que em muitos casos pode ser fatal.
Apresentamos abaixo uma tabela informativa que destaca a determinação de manganês em diversas matrizes de água:
| Meio | Concentração | Comentário | Referência |
| Águas doces | 0,1 mg/l | VM (classes 1 e 2)VM (classe 3) | CONAMA 357/2005 |
| Águas salinas | 0,5 mg/l | VM (classes 1 e 2) | CONAMA 357/2005 |
| Águas salobras | 0,1 mg/l | VM (classes 1 e 2) | CONAMA 357/2005 |
| Água potável | 0,1 mg/l | VM (padrão organoléptico) | Portaria GM/MS 888/2021 |
| Água subterrânea | 100 50 200 100 | VMP – consumo humano (padrão organoléptico) VMP (dessedentação de animais)VMP – IrrigaçãoVMP – Recreação | CONAMA 396/2008 |
| Lançamento de efluentes | 1,0 mg/l | VM | CONAMA 430/2011 |
As águas subterrâneas são as mais suscetíveis ao excesso de manganês. Diversos elementos podem influenciar a concentração de manganês na água, incluindo a acidez do ambiente, o tempo de interação entre a água e o manganês, a presença de outros minerais e a temperatura.
Portanto, considerar um programa de monitoramento contínuo é uma excelente maneira de manter a qualidade da água do seu estabelecimento.
Para saber se o nível de manganês da água que você consome está dentro dos parâmetros legais, o recomendado é realizar uma análise da água em um laboratório confiável e acreditado pelos órgãos fiscalizadores.
Este trabalho é feito por meio de amostras de água coletadas e enviadas para um laboratório especializado, onde são realizados testes químicos e físicos para determinar a concentração de manganês.
Caso os níveis de manganês na água estejam acima dos limites seguros, é importante implementar medidas de tratamento para reduzir a concentração desses elementos.
Alguns métodos de tratamento incluem sistemas de filtração e cloração. A escolha do método de tratamento depende das características da água e das instalações de cada local.
É fundamental buscar orientação de profissionais especializados para garantir a eficácia do tratamento.
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