EUA enfrentam surtos de Doença dos Legionários; 2 mortes em NY e 54 casos em Iowa
A Doença dos Legionários voltou às manchetes recentemente nos Estados Unidos, com mortes e dezenas de pessoas infectadas em dois episódios distintos: Westchester (NY) e Marshall County (Iowa).
O momento pede atenção também por aqui. Sistemas de água e climatização mal geridos podem criar condições ideais para a Legionella, com impactos sanitários, legais e reputacionais.
No artigo de hoje vamos entender melhor esses casos e o que pode ser feito para prevenir e monitorar casos aqui no Brasil.
Westchester, NY: 37 casos e 2 mortes (verão de 2025)
No Condado de Westchester, a comissária de saúde Dra. Sherlita Amler confirmou 37 infecções por Doença dos Legionários desde o início do verão, incluindo duas mortes.
A autoridade apontou que o total de casos superou 2024 e sugeriu que o alto número de dias acima de 32 °C pode ter favorecido a multiplicação da Legionella, ampliando o risco em sistemas que geram aerossóis.
O anúncio ocorre no rastro de um surto anterior no Harlem, com sete mortes e mais de 100 infectados em um hospital e em um prédio municipal após comparação laboratorial de amostras de pacientes.
Como resposta, Nova York avalia encurtar a periodicidade de testes de torres de resfriamento (de 90 para 30 dias) e elevar multas.
À população, a orientação é clara: diante de tosse, febre, cefaleia, mialgia e falta de ar, especialmente em maiores de 60 anos ou pessoas com comorbidades, procurar atendimento.
Marshall County, Iowa: 54 casos e 1 morte; fonte sob investigação
Em Marshall County (Iowa), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos fez um anúncio em 4 de setembro, com 18 casos, que rapidamente cresceram para 30, depois 40, 52 e 54, com uma morte.
Embora a investigação siga em curso, a hipótese principal liga o surto a torres de resfriamento na região de Marshalltown; todas estão sendo amostradas, com análises que podem levar semanas.
A companhia local de água tratada informou que a água potável municipal não é a fonte, e o risco geral foi classificado como baixo.
Mesmo assim, profissionais de saúde foram orientados a testar para Doença dos Legionários pacientes com pneumonia que transitaram no centro-norte de Marshalltown nos 14 dias anteriores ao início dos sintomas.
Para empresas e proprietários, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos recomendou revisar programas de gestão da água, reforçar desinfecção de torres e sistemas, manter registros e realizar testes de Legionella, sobretudo após remediação.
O que podemos aprender mais sobre a Doença dos Legionários
A Doença dos Legionários é uma pneumonia causada por bactérias do gênero Legionella, que se multiplicam em água morna (tipicamente entre 20–45 °C) e se disseminam por aerossóis, gotículas geradas por torres de resfriamento, chuveiros, spas e fontes decorativas. Não há transmissão pessoa a pessoa.
Febre, tosse, falta de ar, dor de cabeça, dores musculares, por vezes dor torácica e sintomas gastrointestinais, compõem o quadro clínico.
Riscos eminentes para proliferação
Primordialmente, climas quentes e redes de água complexas elevam o risco de Doença dos Legionários. Por isso, hospitais, hotéis, shopping centers, indústrias e edifícios corporativos devem manter programas formais e atualizados de gestão da água e PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle) do sistema de climatização do ar interior.
No Brasil, a Portaria GM/MS 888/2021 exige padrões de potabilidade e, entre outros parâmetros, controla os residuais de Cloro, essencial para o controle de microrganismos, e alguns parâmetros microbiológicos, porém não determina a análise para Legionella.
Apesar da ausência de leis que controlem a Legionella, existem normas que apoiam no seu controle, como a ABNT NBR 16824, que fornece orientações para o gerenciamento de riscos e boas práticas para a prevenção da doença dos legionários associadas a sistemas de água prediais de edificações e a ABNT NBR 17037, que orienta sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados. .
Como resultado, quando essas exigências são cumpridas, a probabilidade de colonização por Legionella cai substancialmente.
Problemas mais comuns para enfrentar a Doença dos Legionários
Ainda assim, alguns fatores recorrentes favorecem a Doença dos Legionários: baixo residual de desinfetante no sistema hídrico, temperaturas elevadas, incrustações e corrosão que favorecem a formação de biofilmes; falta de manutenção e higiene nos sistemas de climatização (bandejas e drenos sujos, má drenagem); ausência de Programa de Gestão da Água, além da falta de registros auditáveis.
Soluções existentes para evitar surtos de Legionella
Primeiramente, um Programa de Gestão da Água é a espinha dorsal do controle da Doença dos Legionários.
Ele define pontos críticos (por exemplo, torres, aquecedores, pontos distais), limites operacionais (temperatura, concentração de desinfetante, fluxo de água), rotinas de monitoramento, ações corretivas e verificação.
Em seguida, o PMOC atua na climatização: limpeza e inspeção de bandejas, serpentinas, filtros, dutos e eliminadores de gotas em torres, além de verificação de deriva e drenagem adequada.
Para ilustrar, medidas como hipercloração controlada, e ajuste de biocidas interrompem rapidamente a colonização quando o risco se eleva.
Outra solução é a amostragem laboratorial: análises físico-químicas (pH, turbidez, cloro residual ou cor) e microbiológicas (indicadores e, quando indicado por risco, teste de Legionella em laboratório acreditado).
Adicionalmente, treinamento de equipes, planos de comunicação e registros consolidados (checklists, fotos, certificados, resultados) viabilizam auditorias e respostas rápidas.
Benefícios das soluções preventivas e corretivas
Quando implementadas corretamente, essas rotinas reduzem eventos de Doença dos Legionários, estabilizam indicadores de qualidade, protegem grupos vulneráveis e minimizam interrupções operacionais.
Como resultado, auditorias sanitárias tornam-se mais ágeis e seguros.
Como as soluções da Microambiental podem ajudar no combate à Legionella
A Microambiental conecta exigências legais à prática diária para prevenir Doença dos Legionários.
Na água potável, estruturamos planos de amostragem compatíveis com a Portaria GM/MS 888/2021, medindo cloro residual, pH e turbidez, além de indicadores microbiológicos.
Realizamos análises de Legionella em água para monitorar sua presença em pontos críticos e realizamos análise de ar climatizado para identificar as condições de higiene e funcionamento dos sistemas de climatização.
Saiba mais sobre higienização programada de reservatórios (caixas d’água) com métodos que removem sedimentos e biofilme, gerando certificado e relatório fotográfico.
Paralelo técnico Brasil–EUA: do aprendizado à ação
Os episódios em Westchester e Marshall County mostram que calor intenso e torres de resfriamento são combinação crítica para Doença dos Legionários.
No Brasil, essa evidência reforça a necessidade de residual de desinfetante na ponta (conforme a Portaria 888), controle de temperatura em redes de água quente, manutenção rigorosa de torres e programas formais de gestão da água.
Portanto, gestores devem revisar seus planos, confirmar limites operacionais, atualizar matrizes de risco e garantir rastreabilidade, antes que um alerta clínico ou ambiental exija medidas emergenciais.
O que fazer agora (gestores e responsáveis por conformidade)
- Revise o Programa de Gestão da Água: pontos críticos, limites, monitoramento, ações corretivas e verificação.
- Cheque a ponta: cloro residual, temperaturas e estagnação; ajuste setpoints e rotas de flush.
- PMOC em dia: bandejas, drenos, eliminadores de gotas e biocidas em torres; registros completos.
- Teste conforme risco: análises regulares e, quando indicado, Legionella após remediação.
- Treine e documente: equipes preparadas, checklists, fotos, certificados e laudos organizados.
Conclusão
Em resumo, os surtos de Doença dos Legionários em Westchester e Marshall County confirmam que prevenção é a melhor estratégia.
Por outro lado, onde há programa de gestão da água e PMOC efetivos, a colonização por Legionella é contida e os eventos não ganham força.
Portanto, se você é gestor predial ou responsável por conformidade, antecipe-se.
Quer avaliar seu risco e atualizar seus programas? Fale agora com a A Microambiental. Temos as melhores soluções para prevenir surtos da Doença dos Legionários.
Fontes:
- https://www.nbcnewyork.com/westchester/2-dead-dozens-sick-legionnaires-westchester/6387707/
- https://www.kcci.com/article/kcci-investigates-marshall-county-cases-of-legionnaires-disease-rise-as-hunt-for-elusive-source-continues/66017804
- https://www.kcci.com/article/legionnaires-disease-cases-up-to-30-in-marshall-county-hhs-says/66016520
- https://www.kcrg.com/2025/09/08/health-officials-say-legionnaires-disease-cases-have-risen-30-central-iowa/








