fbpx
Trabalhe Conosco
Imagem Destacada

Análise de metais pesados na água

A importância de se realizar constantemente uma análise de metais pesados na água é fundamental para avaliar a qualidade da água e identificar possíveis fontes de contaminação. 

A contaminação por metais pesados pode ter efeitos graves na saúde humana, como danos ao sistema nervoso, problemas renais e até mesmo câncer. 

Esses metais podem se acumular no meio ambiente e causar danos aos ecossistemas aquáticos. Portanto, é fundamental que a análise de metais pesados na água seja feita de forma precisa e confiável.

Como é feita uma análise de metais pesados na água?

Técnicas de coleta e preservação de amostras:

A coleta e a preservação adequadas das amostras de água são fundamentais para garantir a precisão da análise de metais pesados. 

As amostras devem ser coletadas com  o auxílio de equipamentos e frascos limpos , evitando a contaminação durante o processo.

Ressaltamos a importância de se preservar as amostras corretamente para evitar alterações químicas, garantindo a correta detecção dos metais pesados presentes. 

O armazenamento em temperatura adequada, adição de preservantes e a proteção contra a luz são algumas das técnicas mais utilizadas para a preservação das amostras. 

Análise laboratorial:

A análise laboratorial de metais pesados na água requer equipamentos especializados e profissionais treinados. Os laboratórios devem possuir acreditações e seguir procedimentos rigorosos para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados. 

Isso inclui a calibração regular dos equipamentos, a utilização de padrões de referência certificados e a adoção de boas práticas de laboratório. 

É fundamental que os laboratórios se submetam a programas de controle de qualidade externos, para verificar a precisão e a confiabilidade dos seus resultados. 

Interpretação e relato dos resultados da análise:

A interpretação correta dos resultados da análise de metais pesados na água é importante para tomar medidas adequadas de controle e prevenção. 

Os resultados devem ser comparados com as normas regulatórias e outros critérios de qualidade da água para avaliar a presença de contaminação.

Além disso, é importante relatar os resultados de forma clara e compreensível, para que possam ser utilizados por todos os profissionais envolvidos.

A Microambiental possui um time de especialistas que realiza a interpretação dos resultados e através de uma consultoria auxiliam seus clientes nas melhores tomadas de decisões para proteger a qualidade da água de seus estabelecimentos

Normas regulatórias para metais pesados na água

As normas regulatórias para metais pesados na água são importantes para a proteção da saúde pública e do meio ambiente. 

A Portaria nº 888 estabelece limites seguros para a presença de metais pesados na água potável e na água destinada ao consumo humano. Segue abaixo os limites estabelecidos pela Portaria 888 para alguns metais pesados:

Metais pesadosValor Máximo PermitidoUnidade
Arsênio0,01mg/L
Cádmio0,003mg/L
Chumbo0,01mg/L
Cromo0,05mg/L
Mercúrio0,001mg/L
Níquel0,07mg/L
* De acordo com a Portaria  GM/MS nº 888, de 4 de Maio de 2021

Além disso, as normas regulatórias também ajudam a orientar os laboratórios na realização de análises precisas e confiáveis de metais pesados na água.

Amostra de metal pesado na água

Saiba quais são os principais metais pesados encontrados em água para consumo humano e quais os seus riscos:

Vários metais pesados estão associados a casos de contaminação da água de consumo humano. Os principais metais pesados envolvidos em grandes casos de contaminação incluem:

  • Chumbo (Pb):

A contaminação por chumbo é um problema grave em muitas regiões, especialmente em áreas urbanas com infraestrutura antiga. 

A exposição ao chumbo pode causar danos ao sistema nervoso, problemas renais, e é particularmente prejudicial para o desenvolvimento cognitivo em crianças.

  • Mercúrio (Hg):

O mercúrio é frequentemente liberado no ambiente por atividades industriais, e a contaminação pode ocorrer em corpos d’água. 

O consumo de peixes contaminados com metilmercúrio, uma forma orgânica do metal, pode levar a problemas neurológicos, especialmente em mulheres grávidas e crianças. A contaminação ambiental por mercúrio está, em muitos casos, associada à exploração ilegal ou irregular de ouro.

  • Arsênio (As):

A contaminação por arsênio pode ocorrer naturalmente em algumas áreas, mas atividades industriais e agrícolas também podem contribuir para a presença desse metal na água. O arsênio é cancerígeno e pode causar problemas de pele, respiratórios e cardiovasculares.

  • Cádmio (Cd):

O cádmio é muitas vezes liberado na natureza através de processos industriais. A exposição crônica ao cádmio pode causar danos aos pulmões, rins e sistemas esquelético e reprodutivo.

  • Cromo (Cr):

O cromo hexavalente, uma forma do cromo, é conhecido por sua toxicidade e potencial cancerígeno. A contaminação pode ocorrer por meio de descargas industriais e pode causar danos ao sistema respiratório e gastrointestinal.

  • Níquel (Ni):

O níquel é frequentemente liberado no ambiente por atividades industriais, incluindo a indústria de mineração. A exposição ao níquel pode causar problemas respiratórios e dermatológicos, além de ser associada a câncer.

foto aérea de mineração em pedreira com lago

Veja alguns casos conhecidos por contaminação da água por metais pesados

Existem vários casos conhecidos de contaminação da água por metais pesados em diferentes partes do mundo. Veja abaixo alguns dos mais impactantes:

Boa Vista, Amazônia, Brasil (2023)

Um Relatório da Polícia Federal revelou altos níveis de mercúrio em indígenas Yanomami de 14 regiões. Segundo as análises, realizadas com amostras de cabelo de 43 indivíduos, alarmantes 76,7% estão expostos em níveis preocupantes ao metal tóxico. 

A investigação levanta questionamentos sobre as práticas que levam esses elementos nocivos às fontes de água, apontando tratamento de efluentes inadequado, infraestrutura de distribuição debilitada e mineração ilegal como possíveis causas. 

O relatório ecoa um alerta urgente para a proteção ambiental e a saúde das comunidades afetadas.

Leia o conteúdo completo:

https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2023/03/21/indigenas-de-14-regioes-na-terra-yanomami-tem-altos-niveis-de-contaminacao-por-mercurio-revela-laudo-da-policia-federal.ghtml

Flint, Michigan, EUA (2014-2015):

Em Flint, a mudança da fonte de água do rio Detroit para o rio Flint resultou em altos níveis de chumbo na água potável devido à corrosão das tubulações de chumbo.

Isso levou a uma crise de saúde pública, com impactos significativos na comunidade, especialmente em crianças.

Leia o conteúdo completo: https://microambiental.com.br/noticias/presenca-de-chumbo-na-agua-entenda-a-crise-de-agua-potavel-que-afeta-os-eua/

Minamata, Japão (1950-1960):

O despejo irresponsável de resíduos industriais contendo mercúrio na Baía de Minamata levou à contaminação da água e frutos do mar da região. 

A ingestão de peixe contaminado causou doenças neurológicas graves, conhecidas como doença de Minamata.

Rio Doce, Brasil (2015):

O rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Mariana, Minas Gerais, liberou uma grande quantidade de resíduos contendo metais pesados no rio Doce. 

Essa contaminação afetou ecossistemas aquáticos, comunidades ribeirinhas e a oferta de água potável para várias cidades ao longo do rio.

Baía de Haina, República Dominicana:

A Baía de Haina foi contaminada por metais pesados, como chumbo e níquel, provenientes de descartes industriais. Isso resultou em sérios problemas de saúde para a comunidade local, incluindo altas taxas de envenenamento por chumbo.

Hinkley, Califórnia, Estados Unidos

Um fato chocante que foi parar nas telas do cinema e foi vencedor do Oscar. Uma história que expõe uma conspiração envolvendo cromo hexavalente na água.

Uma poderosa corporação tenta encobrir a contaminação de um lençol freático vital para uma comunidade americana, resultando em graves problemas de saúde para os moradores locais.

Desde deficiências de órgãos até casos de câncer e abortos, os impactos foram devastadores.

Saiba mais sobre o processo histórico que envolveu centenas de pessoas e resultou no maior valor já pago em uma ação direta nos Estados Unidos. 

Leia o conteúdo completo: https://microambiental.com.br/analises-de-agua/cromo-hexavalente-na-agua-o-caso-que-foi-tema-de-filme-que-ganhou-o-oscar/

Vista panorâmica de lago no pôr do sol em região árida, com solo seco

Crise do volume morto em 2014 em São Paulo aumentou riscos com metais pesados: 

A utilização do volume morto utilizada como alternativa para a crise hídrica em São Paulo em 2024 demandou atenção especial ao seu tratamento.

Esta reserva de água, situada no fundo das represas e abaixo do nível usual de captação, pode conter sujeira, sedimentos e até metais pesados. 

A Sabesp assegura que o tratamento seguirá os mesmos padrões de qualidade rigorosos já adotados, garantindo a segurança dos consumidores. Veja uma reportagem sobre esse caso:

Leia o conteúdo completo:

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/04/25/tratamento-inadequado-do-volume-morto-traz-riscos-entenda.htm

Riscos de metais pesados para pacientes de diálise:

A utilização de água contaminada por metais pesados durante o processo de hemodiálise pode representar sérios riscos para os pacientes. Os principais metais pesados que podem causar preocupações incluem chumbo, mercúrio, cádmio, cromo e arsênio. Os riscos associados à hemodiálise com água contaminada por metais pesados incluem:

  • Toxicidade Sistêmica:

A absorção de metais pesados durante a hemodiálise pode levar à toxicidade sistêmica, afetando vários órgãos e sistemas do corpo. Os rins comprometidos dos pacientes em hemodiálise podem ter dificuldade em eliminar essas substâncias do organismo.

  • Dano Renal Adicional:

Pacientes em hemodiálise já enfrentam desafios renais significativos. A contaminação por metais pesados pode aumentar o estresse nos rins remanescentes, potencialmente exacerbando danos renais.

  • Problemas Neurológicos:

Muitos metais pesados têm afinidade por tecidos nervosos. A exposição a essas substâncias pode resultar em problemas neurológicos, incluindo danos ao sistema nervoso central e periférico.

  • Efeitos Cardiovasculares:

A contaminação por metais pesados pode contribuir para problemas cardiovasculares, incluindo hipertensão, distúrbios do ritmo cardíaco e aumento do risco de eventos cardiovasculares.

  • Complicações Hematológicas:

Metais pesados podem afetar a produção de células sanguíneas, levando a complicações hematológicas, como anemia.

  • Acúmulo Crônico:

A exposição crônica a metais pesados, mesmo em concentrações relativamente baixas, pode resultar em acúmulo ao longo do tempo, aumentando os riscos a longo prazo.

  • Aumento do Risco de Infecções:

A contaminação por metais pesados pode comprometer o sistema imunológico dos pacientes, tornando-os mais suscetíveis a infecções.

A prevenção da contaminação por metais pesados na água de hemodiálise é essencial para garantir a segurança dos pacientes.

Isso inclui a implementação de sistemas de purificação avançados, monitoramento regular da qualidade da água e conformidade estrita com os padrões regulatórios. 

As unidades de hemodiálise devem adotar práticas rigorosas de controle de qualidade para minimizar os riscos associados à exposição a metais pesados durante o tratamento.

A RDC 11, de 13 de Março de 2014 estabelece que os serviços de diálise façam uma análise semestral da água purificada utilizada na hemodiálise de diversos parâmetros físico-químicos, entre eles os metais pesados.

Conclusão

É essencial que todos os envolvidos nesse processo trabalhem juntos para assegurar análises precisas e proteger a saúde pública e o meio ambiente da contaminação por metais pesados na água. 

Ao garantir a integridade dos sistemas de abastecimento de água e a saúde dos ecossistemas aquáticos, estamos contribuindo para um futuro sustentável e saudável para as gerações presentes e futuras.

Ao contar conosco, sua empresa terá acesso a uma equipe especializada dedicada a manter os mais altos padrões de qualidade da água, garantindo conformidade com regulamentações e contribuindo para a segurança e integridade do seu negócio. Entre em contato com um de nossos consultores hoje mesmo e descubra como podemos ajudar a proteger seu ambiente de produção.

Este texto teve a colaboração de Camila Rosal – Bióloga, Gestora Ambiental, Mestre em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente que atua como Gerente Técnica na Microambiental.





POSTS RELACIONADOS

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial