
O que você precisa saber sobre a RDC 15 e a água para higiene de materiais de saúde (CME)?
A água constitui um item essencial no processo de limpeza e esterilização de materiais ou instrumentos odonto-médico-hospitalares. A RESOLUÇÃO – RDC 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012 – ANVISA, estabelece os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, inclusive a qualidade da água no processo.
No artigo dessa semana, vamos falar sobre:
- o que a RDC 15 de 2012 estabelece;
- suas exigências com a qualidade da água no processo de limpeza e esterilização de materiais odonto-médico-hospitalares e;
- quais medidas de segurança devemos aplicar visando a manutenção da qualidade da água.
O que estabelece a RESOLUÇÃO – RDC 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012 – ANVISA?
A RDC 15 dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde, trazendo exigências para os centros de material e esterilização (CME) visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos.
O Regulamento se aplica aos Centros de Material e Esterilização – CME dos serviços de saúde públicos e privados, civis e militares, e às empresas processadoras envolvidas no processamento de produtos para a saúde.
Leia a resolução do Ministério da Saúde
Qual a importância da água no processo de limpeza e esterilização de materiais médicos?
A água é utilizada tanto no processo de lavagem de materiais como também na esterilização dos utensílios por meio das autoclaves a vapor saturado.
Na tabela abaixo resumimos a classificação do produto da saúde e o processo de higienização que deve ser submetido segundo a norma:
Classificação:
Higienização:
Semicríticos
Art. 12 Devem ser submetidos, no mínimo, ao processo de desinfecção de alto nível, após a limpeza.
Não-críticos
Art. 14 Devem ser submetidos, no mínimo, ao processo de limpeza.
Críticos
Art. 11 Devem ser submetidos ao processo de esterilização, após a limpeza e demais etapas do processo.
A RDC 15 descreve como produtos para saúde críticos os que são utilizados em procedimentos invasivos com penetração de pele e mucosas adjacentes entre outros. Já os descritos como produtos para saúde semi-críticos entram em contato com pele não íntegra ou mucosas íntegras colonizadas e os não-críticos entram em contato com pele íntegra ou não entram em contato com o paciente;
O que a RDC 15, DE 15 DE MARÇO DE 2012 estabelece sobre a qualidade da água no processo de limpeza e esterilização de materiais médicos?
- Art. 68 O enxágue dos produtos para saúde deve ser realizado com água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em normatização específica;
- Parágrafo único. O enxágue final de produtos para saúde críticos utilizados em cirurgias de implantes ortopédicos, oftalmológicos, cirurgias cardíacas e neurológicas deve ser realizado com água purificada;
- Art. 74 O CME Classe II e a empresa processadora deve realizar o monitoramento e registro, com periodicidade definida em protocolo, da qualidade da água, incluindo a mensuração da dureza d’água, ph, íons cloreto, cobre, ferro, manganês e a carga microbiana nos pontos de enxágue da área de limpeza;
- Art. 95 A água utilizada no processo de geração do vapor das autoclaves deve atender às especificações do fabricante da autoclave.
Quais cuidados devemos ter com a água utilizada para a limpeza e esterilização de materiais médicos?
- Realize análises de água com periodicidade para verificar se a água utilizada no processo está nos parâmetros exigidos. As análises de água são o ponto inicial para a tomada de ações corretivas.
Nós, da Microambiental, recomendamos a realização de um cronograma com análises mensais contemplando pontos críticos de consumo, que pela falta de higiene, possam representar riscos para os usuários. É importante que o cronograma englobe o máximo de pontos críticos para serem analisados pelos menos dentro de um semestre.
- Monitore a qualidade da água de abastecimento, para o processo de limpeza dos materiais médicos utiliza-se desde água potável até a água purificada no processo. Desse modo, a água de abastecimento deve estar nos padrões de potabilidade exigidos pela PCR Nº5.
Além disso, a água potável é matéria prima para a água purificada. Logo se água potável não apresentar as especificações adequadas, o sistema de purificação pode não conseguir reter as impurezas;
- Realize a limpeza de caixa d’água e higienização de reservatórios dentro da periodicidade recomendada. Com o tempo, ocorre a deposição de partículas e incrustações nas superfícies internas dos reservatórios. Caso não removidas, esses particulados e incrustações favorecem o desenvolvimento de microrganismos e biofilmes que podem comprometer a qualidade da água utilizada.
- Monitore se o teor de cloro residual livre na água está maior ou igual a 0,2 mg/L em todos os pontos de consumo. Caso a concentração estiver menor, verifique o sistema de cloração ou entre em contato com um especialista para te auxiliar a aplicar medidas corretivas;
- Verificar regularmente as membranas do sistema de osmose reversa e as resinas dos sistemas de desionização.
A MICROAMBIENTAL POSSUI SERVIÇOS DE ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS DE ÁGUA QUE ATENDEM AS NECESSIDADES DA SUA EMPRESA
Somos especialistas em serviços de higiene e controle de qualidade em água. Para garantir a confiabilidade dos laudos dos nossos parceiros, temos um programa de qualidade de acordo com a ABNT NBR ISO IEC 17025:2017, certificação Elite Programa do CDC, habilitação pelo REBLAS. Além disso, contamos com uma equipe de atendimento técnico que presta assessoria aos clientes na resolução de não conformidades nas análises.