ABNT NBR 14679: Higienização de Sistemas de Ar-Condicionado
A qualidade do ar interior em ambientes climatizados impacta diretamente a saúde, o conforto e o desempenho ocupacional. Nesse contexto, a ABNT NBR 14679 se destaca como a principal norma técnica brasileira que estabelece orientações sobre a limpeza e higienização de sistemas de ar-condicionado.
Com aplicação ampla, de hospitais e centros comerciais, ela é essencial para manter os ambientes internos livres de contaminantes biológicos e físico-químicos.
Neste artigo, explicamos em profundidade como essa norma funciona, por que sua aplicação é importante e como a Microambiental atua nesse cenário.
Um conteúdo indispensável para gestores de facilities, engenheiros clínicos, responsáveis técnicos e profissionais da área de conformidade.
O que é a ABNT NBR 14679 e qual seu papel nos sistemas de climatização?
A ABNT NBR 14679:2020 é uma norma técnica nacional que estabelece os critérios técnicos para limpeza e higienização de sistemas de ar-condicionado, sejam eles do tipo split com rede de dutos ou centrais HVAC (Heating, Ventilation and Air Conditioning).
Seu principal objetivo é preservar a qualidade do ar interior e evitar riscos à saúde decorrentes de microrganismos como Legionella, fungos, ácaros, bactérias e partículas inorgânicas como poeira e fibras.
A norma integra um ecossistema regulatório mais amplo, que inclui:
- Resolução RE nº 9/2003 (ANVISA) – substituída progressivamente pela NBR 17037, que trata da qualidade do ar interior;
- Lei nº 13.589/2018 – que exige o PMOC (Plano de Manutenção, Operação e Controle);
- ABNT NBR 16401 – normas de projeto para sistemas HVAC;
- ABNT ISO 16000-3 e 16000-6 – relacionadas à amostragem de ar e contaminantes químicos e microbiológicos.
Por que a higienização de sistemas HVAC é uma exigência técnica e sanitária?
Sistemas de ar-condicionado acumulam contaminantes ao longo do tempo, formando biofilmes e abrigando microrganismos potencialmente patogênicos.
Essa realidade pode levar à chamada Síndrome do Edifício Doente (SED), um conjunto de sintomas respiratórios, alérgicos e neurológicos relacionados à má qualidade do ar em ambientes climatizados.
Estudos mostram que a falta de manutenção adequada está associada a surtos de doenças como:
- Doença dos Legionários, causada pela inalação da bactéria Legionella pneumophila;
- Rinites e bronquites alérgicas, provocadas por ácaros e fungos acumulados nos dutos;
- Exacerbação de asma, em função de partículas voláteis orgânicas e odores.
Portanto, higienizar os sistemas de climatização é uma medida obrigatória para segurança sanitária e conforto ambiental.
Quais os requisitos técnicos da ABNT NBR 14679?
A norma especifica uma série de etapas obrigatórias para a higienização eficiente dos sistemas HVAC, que devem ser conduzidas por equipes treinadas e sob responsabilidade técnica. Entre os principais pontos:
1. Avaliação preliminar
Consiste em uma inspeção visual minuciosa dos componentes, incluindo dutos, serpentinas, bandejas e ventiladores, com identificação de sujidades, mofo visível e odores.
2. Limpeza e desinfecção
São aplicadas técnicas de limpeza mecânica (escovação e aspiração) combinadas com desinfecção química, utilizando produtos registrados na ANVISA.
3. Monitoramento microbiológico
Realização de coletas de amostras de ar, com análise laboratorial da presença de fungos e bactérias, incluindo Legionella spp.
4. Documentação e rastreabilidade
A execução do serviço deve ser registrada em laudos técnicos, com data, nome do responsável técnico (com ART/CREA), descrição dos produtos utilizados e imagens que comprovem a higienização.
Quais os problemas mais frequentes em sistemas de ar-condicionado mal higienizados?
Os problemas mais frequentes em sistemas de ar-condicionado mal higienizados envolvem a formação e o acúmulo de biofilmes nas superfícies internas dos dutos e componentes do sistema.
Para conhecer mais sobre biofilmes, veja nossa publicação sobre assunto no seguinte link: https://microambiental.com.br/analises-de-agua/servicos-de-higiene-em-sistemas-de-agua/como-os-biofilmes-influenciam-na-qualidade-da-sua-agua/
Esses biofilmes são comunidades microbianas que se aderem às superfícies e oferecem um ambiente propício para a proliferação de bactérias, fungos e outros microrganismos oportunistas, como a Legionella.
Além disso, é comum a presença de bandejas de condensado com água estagnada, o que favorece ainda mais o crescimento microbiano.
Filtros de ar saturados, com eficiência reduzida, contribuem para a recirculação de partículas contaminantes no ambiente interno.
Ambientes com odor desagradável e presença visível de mofo nos difusores ou nas paredes dos dutos também são sintomas recorrentes da falta de manutenção.
Esses fatores, além de comprometerem a qualidade do ar, podem agravar quadros alérgicos e respiratórios nos ocupantes do ambiente.
Por que ignorar a análise do ar pode sair caro?
A não conformidade com as exigências normativas, como as estabelecidas pela ABNT NBR 14679 e pela Lei nº 13.589/2018, pode gerar diversas consequências negativas.
Do ponto de vista legal e regulatório, há risco de autuações por parte da ANVISA e das vigilâncias sanitárias locais, além de possíveis interdições de áreas críticas, especialmente em ambientes hospitalares, escolares ou de alimentação.
No aspecto ocupacional, a exposição contínua a ar contaminado pode aumentar os índices de absenteísmo por doenças respiratórias, afetar a produtividade e gerar passivos trabalhistas por exposição a condições insalubres.
As consequências também se estendem à reputação institucional, uma vez que ambientes com queixas constantes de odores, desconforto térmico ou sintomas de “Síndrome do Edifício Doente” podem comprometer a imagem da empresa perante colaboradores, clientes e órgãos reguladores.
Como a Microambiental colabora na avaliação da qualidade do ar em ambientes climatizados
A Microambiental é referência nacional na análise da qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente.
Nossos serviços seguem criteriosamente os parâmetros estabelecidos pela ABNT NBR 17037, norma técnica que regulamenta os padrões de qualidade do ar para edificações não residenciais, como hospitais, escolas, escritórios corporativos, shopping centers, entre outros.
Utilizamos tecnologia de ponta na amostragem e na análise microbiológica e físico-química do ar, assegurando resultados confiáveis para apoiar ações corretivas e garantir ambientes mais seguros, saudáveis e em conformidade com a legislação vigente.
Todas as análises são conduzidas por equipe técnica qualificada, com interpretação consultiva dos resultados e emissão de relatórios técnicos que atendem às exigências de inspeções sanitárias e auditorias internas.
Avalie a qualidade do ar da sua edificação com precisão técnica. Fale com os especialistas da Microambiental e solicite um plano de análise conforme a ABNT NBR 17037.
FAQ – Perguntas Frequentes
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A ABNT NBR 14679 é obrigatória por lei?
Apesar de ser uma norma técnica, ela serve como referência para cumprimento de legislações como o PMOC e a Lei 13.589. Seu cumprimento é exigido em fiscalizações da ANVISA e Ministério do Trabalho.
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Quem pode emitir o laudo técnico de higienização de ar-condicionado?
Apenas profissionais com registro em conselho de classe (CREA) e com emissão de ART, conforme exige o PMOC.
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Posso usar produtos caseiros como água sanitária para higienização?
Não. A norma exige o uso de produtos registrados na ANVISA, com comprovação de eficácia e segurança.
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Qual a diferença entre limpeza e higienização, segundo a norma?
Limpeza é a remoção física de sujidades visíveis. Higienização inclui a aplicação de agentes desinfetantes capazes de eliminar microrganismos.
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A higienização pode ser feita sem desligar o sistema de ar-condicionado?
Depende do tipo de equipamento e da complexidade do sistema. Em geral, é recomendada a paralisação temporária para garantir segurança e eficácia do processo.








