
Responsabilidade Técnica pela qualidade da água de Poço Artesiano: o que você precisa saber?
A água de Poço Artesiano é uma alternativa de abastecimento de água potável para empresas, hospitais e condomínios. Entretanto, a empresa que quiser utilizar água de Poço Artesiano deve indicar um técnico devidamente habilitado que vai ser o responsável pela operação garantindo a qualidade da água distribuída.
No artigo desta semana, vamos falar sobre:
- a importância da Responsabilidade Técnica pela qualidade da água de Poços Artesianos;
- quais atividades exerce no controle de qualidade da água;
- as vantagens de terceirizar o serviço de Responsabilidade Técnica ;
- modelo de Plano de Amostragem para o monitoramento da água de Poços Artesianos.
Qual a importância da Responsabilidade Técnica pela qualidade da água de Poços Artesianos?
O Responsável Técnico pela operação do Poço Artesiano responde legalmente pela qualidade da água, realiza o seu controle, determina o tratamento adequado e realiza a identificação dos pontos que apresentaram não conformidades e detalhamento de ações corretivas garantindo uma água segura para os consumidores.
Vale ressaltar, que tanto a Portaria GM/MS nº888 (Federal) e a Resolução SS 65 (Estadual SP) que estabelecem os procedimentos e responsabilidades para controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano abastecida por poços artesianos, exigem que os detentores de poços contem com técnico habilitado responsável pela operação com a respectiva anotação de responsabilidade técnica (ART) expedida pelo Conselho de Classe.
Quais atividades o Responsável Técnico exerce pela qualidade da água de Poços Artesianos?

Após o processo de Outorga do Poço Artesiano cabe ao responsável técnicos as seguintes atividades:
- Envio dos documentos para cadastramento do poço na vigilância sanitária;
- Encaminhar anualmente e sempre que solicitado o Plano de Amostragem de cada Poço Artesiano para avaliação da vigilância;
- Deverão monitorar a qualidade da água, atendendo o Plano de Amostragem;
- Acompanhar mensalmente a liberação dos resultados e realizar a inserção no SISÁGUA (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água), garantindo que o Plano de Amostragem do Anexo II da resolução SS 65 seja integralmente cumprido. Os resultados deverão ser preenchidos no SISÁGUA até o dia 10 de cada mês;
- Realizar a identificação dos pontos que apresentaram não conformidades e detalhamento de ações corretivas.
Quais as vantagens de terceirizar a Responsabilidade Técnica pela qualidade da água de Poços Artesianos?

- Segurança e Pontualidade no registro dos resultados: O Responsável Técnico acompanha mensalmente a liberação dos resultados e faz a inserção no SISÁGUA, garantindo que o Plano de Amostragem do Anexo II da SS 65 seja integralmente cumprido;
- Assistência especializada: O Responsável Técnico apontará eventuais ajustes que deverão ser realizados no poço ou no tratamento;
- Redução de riscos de autuações e multas: a solução garante que o cliente esteja em dia com a legislação e evita-se, desta forma, eventuais gastos com autuações, multas e desgastes de imagem.
Plano de Amostragem para Poços Artesianos:
Como mencionamos, o Responsável Técnico deve encaminhar anualmente e sempre que solicitado o Plano de Amostragem de cada Poço Artesiano. Abaixo descrevemos um modelo de Plano de Amostragem para o monitoramento da qualidade da água para Poços Artesianos considerando a matriz de água, a frequência de análise e o escopo de análise pertinente segundo a Portaria GM/MS n.º 888 e a Resolução SS 65:

Água Bruta
- Os responsáveis pelos Poços Artesianos devem analisar 1 amostra semestral da água bruta em cada ponto de captação.
- Realizar análise mensal de Escherichia coli em uma amostra antes do tratamento.
- Escopo analítico: Turbidez, Cor Verdadeira, pH, Fósforo Total, Nitrogênio Amoniacal Total, Condutividade Elétrica e parâmetros inorgânicos, orgânicos e agrotóxicos do Anexo 9.
Saída do tratamento
- Os responsáveis por Poços Artesianos devem analisar 1 amostra semestral da água na saída do tratamento.
- Escopo analítico: Parâmetros microbiológicos do Anexo 1, parâmetros inorgânicos, orgânicos, agrotóxicos e subprodutos de desinfecção do Anexo 9 e parâmetros organolépticos do Anexo 11.
Cloro Livre
- Os responsáveis por Poços Artesianos devem analisar 1 amostra diária para Cloro Livre na saída do tratamento.
- Valor máximo Permitido: 0,2 a 5,0 mg/L.
- Vale ressaltar que toda água para consumo humano provinda de Poço Artesiano deverá passar por processo de desinfecção ou adição de desinfetante para manutenção dos residuais mínimos.
Turbidez
- Os responsáveis por Poços Artesianos devem analisar 1 amostra semanal para Turbidez na saída do tratamento.
Pontos de Consumo + Saída do Tratamento
Escopo SS 65
- Os responsáveis por Poços Artesianos devem analisar 1 amostra mensal na saída do tratamento mais 1 amostra a cada 1000 usuários nos pontos de consumo, também mensal.
- Escopo analítico: Coliformes Totais, Escherichia coli, Cor Aparente, Turbidez, pH, Cloro Residual Livre, Odor, Gosto e Fluoreto, atendendo a Resolução SS 65 (isso vale para o Estado de São Paulo).
Radioatividade
- Os responsáveis por Poços Artesianos devem analisar 1 amostra semestral em pelo menos um ponto de consumo.
- Escopo analítico: Alfa Total e Beta Total
Para saber mais sobre os limites dos parâmetros estabelecidos pela Portaria GM/MS n.º 888, acesse aqui.
Conheça o Programa de Responsabilidade Técnica da Microambiental:
A Microambiental tem um Programa de Responsabilidade Técnica que além de garantir a segurança de pontualidade no cadastramento dos poços na Vigilância Sanitária e inserção dos dados no SISÁGUA, também dá auxílio técnico no cumprimento das condicionantes da Licença de Funcionamento de cada poço.