Quais Parâmetros São Avaliados numa Análise de Potabilidade? Descubra o que é Fundamental para sua Segurança

A água está presente em tudo na nossa vida. Desde a que bebemos até a que é usada na indústria e em tratamentos médicos, como a hemodiálise.

Por isso, é fundamental que ela passe por análises detalhadas, garantindo que sua qualidade e segurança estejam sempre dentro dos padrões exigidos.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes quais parâmetros são avaliados numa análise de potabilidade, como esses testes são feitos e por que cada etapa é essencial para garantir a saúde pública e a eficiência operacional, seguindo as diretrizes estabelecidas pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021.

Quais parâmetros podem ser avaliados na análise de potabilidade?

O primeiro passo para que uma análise de água seja eficaz é compreender o uso final da água. Seja para consumo humano, processos industriais ou aplicações médicas, cada finalidade exige a avaliação de um conjunto específico de parâmetros. Por exemplo:

A) Parâmetros Microbiológicos:

Coliformes Totais:

A análise de Coliformes Totais em água serve para avaliar a qualidade microbiológica da água e indicar a presença de contaminação fecal ou ambiental.

Os coliformes totais são um grupo de bactérias que incluem Escherichia coli, Enterobacter, Klebsiella e Citrobacter, podendo ser encontrados no solo, em vegetação em decomposição e no trato intestinal de animais de sangue quente.

Principais objetivos da análise:

1. Monitoramento da Qualidade da Água – Indica se a água está própria para consumo humano, recreação ou outros usos.
2. Identificação de Contaminação – A presença de coliformes totais pode sugerir contaminação por matéria orgânica, podendo levar à presença de microrganismos patogênicos.
3. Avaliação da Eficácia do Tratamento de Água – Ajuda a verificar se os processos de desinfecção (cloração, ozonização, etc.) estão sendo eficazes.
4. Prevenção de Doenças – Altos níveis de coliformes podem estar associados a patógenos que causam diarreia, vômitos e infecções gastrointestinais.

 

Escherichia coli:

Enquanto a análise de Coliformes Totais é um indicador de contaminação geral, podendo ser de origem ambiental como fecal, a análise de Escherichia coli, que é um subgrupo dos Coliformes Totais, é um indicador mais específico de contaminação fecal.

Bactérias Heterotróficas:

A análise de Contagem de Bactérias Heterotróficas em água serve para avaliar a qualidade microbiológica da água e verificar a eficácia dos processos de tratamento e desinfecção, além da higiene dos sistemas de reservação e distribuição de água.

Essas bactérias são um grupo diverso de microrganismos que utilizam matéria orgânica para crescer e podem ser encontradas em solos, superfícies aquáticas e no próprio sistema de distribuição de água.

Principais objetivos da análise:

1. Monitoramento da Qualidade da Água – Ajuda a identificar alterações na água que podem indicar a proliferação excessiva de bactérias.
2. Avaliação da Eficiência da Desinfecção – Um aumento na contagem pode indicar que o processo de cloração ou outro método de desinfecção não está sendo eficaz.
3. Detecção de Biofilmes e Contaminação no Sistema de Distribuição – Um número elevado de bactérias heterotróficas pode indicar crescimento de biofilmes em tubulações e reservatórios, facilitando o desenvolvimento de microrganismos patogênicos.
4. Complementação de Outras Análises Microbiológicas – Embora essas bactérias, em sua maioria, não sejam patogênicas, sua contagem elevada pode indicar condições favoráveis para o crescimento de patógenos como Legionella spp. e Pseudomonas aeruginosa.

 

B) Parâmetros Físico-Químicos:

pH

A análise de pH em água potável serve para avaliar o nível de acidez ou alcalinidade da água, garantindo que esteja dentro dos padrões adequados para consumo humano e distribuição.

O pH influencia diretamente a qualidade da água, a eficiência dos processos de tratamento e a preservação das tubulações e equipamentos.

Principais objetivos da análise:

1. Garantir Eficiência no Tratamento de Água

• O ajuste do pH é essencial para otimizar a ação do cloro e outros desinfetantes usados no tratamento da água.
• O cloro é mais eficiente em um pH entre 6,5 e 7,5. Se o pH for muito alto, a desinfecção pode ser comprometida.
• pH mais elevado pode contribuir para a formação de depósitos nas paredes de tubulações e reservatórios. Estes depósitos podem comprometer a vazão de água, exigindo mais das bombas de recalque, além de diminuir a troca de calor nas tubulações nos circuitos de resfriamento de água.

2. Proteger a Saúde Humana

• pH muito baixo (ácido, menor que 6,0) pode causar corrosão de tubulações, liberando metais pesados na água, como chumbo e cobre, que são tóxicos.

Turbidez

A análise de turbidez serve para medir a quantidade de partículas em suspensão na água, como argila, silte, matéria orgânica, microorganismos e outras impurezas.

A turbidez é um dos principais indicadores da qualidade da água e afeta tanto a estética quanto a segurança para consumo.

Principais objetivos da análise:

1. Garantir a Qualidade da Água Potável

• Água com alta turbidez pode conter partículas que abrigam microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus e protozoários, dificultando a desinfecção.
• A Portaria GM/MS nº 888/2021 estabelece que a turbidez da água tratada deve ser ≤ 0,5 NTU na saída da estação de tratamento e ≤ 5,0 NTU no sistema de distribuição.

2. Avaliar a Eficácia do Tratamento da Água

• A presença de turbidez elevada pode indicar falhas nos processos de coagulação, floculação, decantação e filtração, que são essenciais para remover impurezas da água.

3. Garantir a Eficiência da Desinfecção

• Partículas em suspensão podem proteger microrganismos da ação do cloro e outros desinfetantes, tornando a desinfecção menos eficaz e aumentando o risco de doenças de veiculação hídrica.

4. Evitar Problemas em Sistemas de Distribuição

• A turbidez elevada pode causar entupimentos e incrustações nas tubulações, além de afetar a qualidade estética da água (cor e gosto desagradáveis).

Cor

A análise de cor em água potável serve para avaliar a presença de substâncias dissolvidas ou suspensas que podem comprometer a qualidade visual, química e sensorial da água.

A cor pode ser causada por matéria orgânica, metais dissolvidos (ferro e manganês), algas, esgotos ou resíduos industriais.

• Cor amarelada ou marrom: pode indicar presença de ferro ou matéria orgânica (ex.: húmus e ácidos fúlvicos).
• Cor avermelhada ou alaranjada: geralmente associada a ferro oxidado na água.
• Cor esverdeada: pode indicar crescimento de algas ou presença de cobre.
• Cor azulada: pode indicar contaminação por cobre ou esgotos.

Cloro residual livre

A análise de Cloro Residual Livre em água potável serve para garantir que a desinfecção da água seja eficaz e segura, protegendo contra microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus e protozoários.

O cloro residual livre é a quantidade de cloro disponível na água após a desinfecção, garantindo uma ação contínua até o ponto de consumo.

Lembrando que a fonte pode ser por abastecimento público e neste caso é interessante avaliar se a água fornecida pelas concessionárias chega nos pontos de consumo com uma quantidade adequada, ou pode ser por fontes alternativas, como poços artesianos, e neste último caso será necessário fazer a adição de cloro por meio de bombas dosadora.

Para saber mais, acesse nossa publicação sobre o assunto (colocar um post sobre o assunto).

Principais objetivos da análise:

1. Garantir a Desinfecção Contínua da Água

• O cloro é usado no tratamento para eliminar agentes patogênicos. A presença de cloro residual assegura que a água permaneça desinfectada até chegar ao consumidor.

2. Monitorar a Qualidade do Sistema de Distribuição

• A ausência de cloro residual pode indicar contaminação na rede, como entrada de esgotos, vazamentos ou crescimento de biofilmes nas tubulações.

3. Evitar Subprodutos Indesejáveis

• Níveis muito altos de cloro podem levar à formação de trihalometanos (THMs) e outros compostos prejudiciais à saúde.

4. Assegurar Conformidade com Normas de Qualidade da Água

• A Portaria GM/MS nº 888/2021 estabelece que o cloro residual livre deve estar entre:
  – Mínimo: 0,2 mg/L (para garantir desinfecção)
  – Máximo: 5,0 mg/L (para evitar riscos à saúde e sabor desagradável)

Em 2021, houve uma mudança significativa no escopo analítico para controle de qualidade em água potável. Clique aqui para saber mais

Como a análise de água é feita: Metodologias e processos

O processo de análise envolve coleta, transporte e avaliação laboratorial. As amostras são coletadas em frascos esterilizados e transportadas sob condições controladas para evitar contaminação.

No laboratório, diversas técnicas são utilizadas para identificar e quantificar os parâmetros e cada etapa é realizada de acordo com normas técnicas rigorosas, garantindo a confiabilidade e a precisão dos resultados.

Essa metodologia é fundamental para que, independentemente do uso da água, os resultados reflitam com exatidão sua qualidade.

Quando é necessário realizar a análise de água: Frequência e Cronograma

A periodicidade da análise de água varia conforme a finalidade e o risco associado ao seu uso:

• Água para Consumo Humano proveniente de concessionárias: Recomenda-se análises regulares, que podem ser mensais ou trimestrais, conforme a legislação sanitária.
• Água para Consumo Humano proveniente de poços artesianos: Neste caso existe, um Plano de Amostragem determinado pela Portaria GM/MS nº 888, de 4 de maio de 2021.

Onde são coletadas as amostras: Pontos e procedimentos

A eficácia da análise de água está diretamente ligada à forma como as amostras são coletadas. Os pontos de coleta são estrategicamente escolhidos para representar fielmente a qualidade da água em todo o sistema:

As coletas podem ocorrer em diversos pontos:

• Pontos de entrada de água (cavaletes)
• Bebedouros
• Torneiras
• Reservatórios de Água
• Chuveiros
• Outros pontos estratégicos

 

Por que a análise de água é fundamental:

Ao realizar análises regulares da água você previne problemas ligados à saúde e a operação dos sistemas que dependem desse recurso. Entre os principais benefícios, destacam-se:

• Proteção da saúde pública: Identificação precoce de contaminantes que podem causar doenças.
• Ficar em dia com a legislação: Atender às normas estabelecidas pelos órgãos de saúde e ambientais, evitando multas e sanções.
• Otimização dos processos industriais: Garante que a água utilizada em processos industriais não comprometa a qualidade dos produtos ou cause danos aos equipamentos.
• Segurança em atividades médicas: Em ambientes de hemodiálise, por exemplo, a pureza da água é fundamental para a segurança dos pacientes.

Como a Microambiental pode te ajudar com análises de água:

Quando se trata de garantir a qualidade da água, contar com parceiros especializados faz toda a diferença. A Microambiental se destaca oferecendo:

• Análises acreditadas: Ao contratar a Microambiental, você recebe resultados precisos e rastreáveis, garantindo rigor técnico e conformidade com padrões internacionais.
• A amostragem faz toda a diferença: Contamos com uma equipe especializada em análises de água que garantem que a amostragem seja realizada nos locais corretos e sem riscos de contaminar as amostras.
• Apoio na interpretação dos resultados: Atendimento Técnico que presta apoio na leitura dos resultados e na proposição de ações para corrigir as não conformidades.
• Praticidade da apresentação dos resultados: Os laudos de análise são armazenados em nuvem e disponibilizados via portal, podendo ser acessados de qualquer lugar.

Quanto custa realizar análise de água?

O investimento em análises de água varia conforme o escopo do serviço, a frequência das coletas e a quantidade de parâmetros avaliados.

Por isso, a melhor maneira de obter uma resposta precisa é solicitar uma proposta personalizada.

Na Microambiental, cada projeto é analisado individualmente para oferecer uma solução alinhada às necessidades específicas do seu estabelecimento.

Quer garantir ainda mais a qualidade da água armazenada?

Além da higienização das tubulações, existem outros fatores essenciais para evitar contaminações e manter a segurança do seu reservatório. No próximo conteúdo, vamos falar sobre:

• Filtros para retenção de sedimentos
• Vedação adequada (tampas e proteção contra insetos)
• Apoio correto para evitar rachaduras
• Importância do ladrão no caso de falha na boia
• Manutenção do sistema de cloração
• Riscos do amianto na água
• Impacto da exposição ao sol ou altas temperaturas
• Cuidados ao limpar sem danificar a estrutura
• Vantagens de contratar uma empresa especializada

Conclusão

Analisar a água é fundamental para garantir que ela esteja segura e de boa qualidade, afinal, estamos falando de um recurso essencial para a vida.

Entender quais parâmetros são avaliados, quando e como fazer os testes e onde coletar as amostras te ajuda a prevenir problemas e manter um ambiente mais seguro.

Entre em contato conosco e solicite uma proposta personalizada. Garanta que cada gota de água utilizada seja sinônimo de segurança e bem-estar para você e para todos ao seu redor!

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