Filtro para água de poço artesiano: como escolher o tipo certo e garantir potabilidade
Escolher o filtro adequado para a água do poço artesiano é importante para garantir a segurança do consumo humano, evitar danos aos sistemas hidráulicos e atender às exigências legais da Portaria GM/MS nº 888/2021.
Diferentemente da água fornecida pela concessionária, a água subterrânea exige cuidados específicos, principalmente relacionados à presença de minerais como ferro e manganês, turbidez, coloração e até contaminantes orgânicos, provenientes de atividades industriais ou de postos de gasolina do entorno.
Neste artigo, você vai entender os principais tipos de filtro e suas finalidades, a importância da micragem, como fazer o dimensionamento correto, além das rotinas de manutenção e cuidados para quem utiliza água de poço artesiano ou da rede pública.
Tudo com base nas normas técnicas vigentes e na experiência prática da Microambiental, referência nacional em controle de qualidade da água.
O que são filtros para tratamento de água e para que servem?
Filtros são dispositivos essenciais no sistema de tratamento de água. Sua função principal é reter partículas sólidas, compostos químicos e microrganismos, preparando a água para uso humano ou industrial, conforme os padrões estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 888/2021, em vigor no Brasil.
Essa norma define os parâmetros microbiológicos, físico-químicos e organolépticos para a água potável e se aplica tanto a sistemas públicos (concessionárias) quanto a soluções alternativas coletivas, como poços artesianos.
No caso da água de poço, os filtros são frequentemente utilizados para remover ferro, manganês, areia, barro, coloração, odor, compostos orgânicos e outros compostos naturais.
Já para água de concessionária, os filtros têm o papel de eliminar impurezas residuais da rede de distribuição e melhorar o sabor, a aparência e a segurança microbiológica da água que chega aos pontos de consumo.
Por que o tipo de filtro varia conforme a origem da água?
Se a origem da água vem de um poço artesiano ou da rede pública, isso define as características da água bruta e, consequentemente, o tipo de filtro necessário.
Águas subterrâneas, especialmente de poços profundos, tendem a apresentar alta carga mineral e pH naturalmente alterado.
Isso exige filtros especializados, como filtros de leito oxidante para ferro e manganês, além de sistemas de cloração contínua, já que a responsabilidade integral pela potabilização é do proprietário do poço.
Por outro lado, a água tratada pela concessionária geralmente já atende aos padrões da Portaria 888 ao sair da estação, mas pode sofrer recontaminação ou deterioração na rede de distribuição, especialmente por biofilmes, partículas, oscilações de cloro ou rupturas nas adutoras.
Nesses casos, a utilização de filtros finais de segurança é recomendada.
Poço artesiano x concessionária: entenda os desafios de cada cenário
A origem da água determina não apenas os contaminantes mais prováveis, mas também os cuidados exigidos no tratamento.
No caso de poços artesianos, ainda que a água subterrânea costume apresentar boa qualidade microbiológica inicial, é comum a presença de minerais em concentrações elevadas, especialmente ferro, manganês e sílica, além de turbidez, coloração e, em alguns casos, radioatividade natural.
Isso ocorre devido à percolação em rochas do aquífero, o que torna necessário o uso de filtros com mídia específica e, frequentemente, a oxidação prévia desses metais.
Além disso, como o poço não passa por um sistema público de tratamento, a responsabilidade integral pela potabilização é do proprietário, conforme estabelece a Portaria GM/MS nº 888/2021 e a Resolução SS 65, exigindo análises regulares, cloração e acompanhamento técnico com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
Já no caso da água proveniente de concessionárias públicas, a situação é distinta. A água chega tratada, com padrões de potabilidade estabelecidos na saída da estação.
No entanto, entre a ETA e o ponto de consumo, é comum ocorrerem oscilações no teor de cloro residual, presença de biofilmes, ferrugem e contaminações cruzadas.
Por isso, é recomendada a instalação de filtros finais de polimento, que eliminam sedimentos residuais e melhoram a segurança microbiológica.
Tipos de filtros de água de poço artesiano e suas aplicações mais comuns
A seguir, os principais tipos de filtros utilizados no tratamento da água:
- Filtro de sedimentos (cartucho ou leito):
- Ideal para reter partículas sólidas como areia, barro e ferrugem.
- Fundamental para poços com turbidez elevada ou redes públicas com resquícios sólidos.
- Filtro de carvão ativado:
- Remove gosto, odor, cloro e compostos orgânicos voláteis.
- Recomendado para melhorar a qualidade sensorial da água.
- Filtro de ferro e manganês (com mídia oxidante):
- Necessário em poços com teores elevados desses metais.
- Pode utilizar greensand ou BIRM em conjunto com oxidantes.
- Filtros com elementos bacteriológicos (0,5 µm ou menos):
- Usados como barreira microbiológica final, especialmente em água com risco de contaminação cruzada.
- Sistemas complementares:
- Abrandadores de dureza e osmose reversa são utilizados em casos mais específicos, como em processos industriais e hospitais.
O que é micragem e como ela influencia a escolha do filtro de água de poço artesiano?
A micragem representa o diâmetro dos poros do meio filtrante e indica o tamanho mínimo das partículas que ele consegue reter. Quanto menor a micragem, maior a eficiência de retenção.
Exemplos práticos:
- 50 µm: areia grossa
- 20 µm: ferrugem e barro
- 5 µm: partículas finas
- 1 µm a 0,5 µm: pré-barreira microbiológica
Filtros muito finos podem exigir mais pressão para operação e necessitar de pré-filtros para evitar entupimentos. Portanto, a escolha da micragem deve considerar o equilíbrio entre eficiência de retenção e desempenho hidráulico.
Como dimensionar corretamente o filtro de água de poço artesiano?
O dimensionamento do filtro deve considerar:
- Qualidade da água bruta: a análise laboratorial é indispensável para conhecer ferro, manganês, turbidez, pH, coliformes, entre outros.
- Volume de consumo: filtros devem atender à vazão média e aos picos de uso sem comprometer a pressão.
- Uso pretendido da água: consumo humano, processos industriais, hospitalares, etc.
- Normas técnicas: Portaria GM/MS nº 888/2021 e Resolução SS 65 definem parâmetros e exigências para água potável.
Além disso, o ideal é que o dimensionamento seja validado por um responsável técnico habilitado, com ART registrada.
Esse profissional também será responsável pela elaboração do Plano de Amostragem, exigido para sistemas que utilizam água de poço.
Rotinas de manutenção e substituição
Filtros não são soluções permanentes. Eles exigem substituição e manutenção periódica para manter a eficiência.
Cartuchos de sedimentos: troca a cada 3–6 meses
- Carvão ativado: troca a cada 6 meses ou antes, se houver alteração no sabor/odor
- Mídia filtrante (leito de ferro e manganês): regeneração periódica e troca a cada 1–2 anos
- Filtros com retrolavagem: exigir limpeza semanal automatizada
Importante: é essencial realizar análises periódicas da água, conforme a frequência exigida pela legislação, e manter a higienização semestral dos reservatórios.
Como a Microambiental pode ajudar na escolha do filtro ideal
A Microambiental oferece um serviço completo para empresas, hospitais, indústrias e condomínios que precisam garantir a qualidade da água:
- Análises laboratoriais completas, com escopo conforme a Portaria 888
- Serviço de cloração automatizada, com controle de dosagem
- Higienização profissional de reservatórios, com solução biocida desincrustante que remove biofilmes e sedimentos sem agredir a impermeabilização
Conclusão: Escolher o filtro certo começa com a análise da água
Não existe um filtro universal. A escolha correta depende da origem da água, dos contaminantes presentes, do uso pretendido e da vazão do sistema.
Com base nessas variáveis, é possível selecionar um filtro que traga segurança sanitária, estabilidade operacional e conformidade com as normas.
Se ainda tiver dúvidas, fale com os especialistas da Microambiental.
FAQ – Perguntas frequentes
1. Água de poço precisa sempre de filtro?
Depende. É importante sempre fazer uma análise da qualidade da água bruta para definir se será necessária a instalação de filtros e quais filtros serão mais adequados.
2. Filtro de carvão ativado elimina bactérias?
Não. Ele remove cloro e compostos orgânicos, mas não é bactericida.
3. Preciso filtrar a água da concessionária também?
Sim, é recomendado. Após o cavalete, a responsabilidade é do consumidor. A rede pode conter ferrugem, biofilmes e oscilações de cloro.
4. Filtro substitui a cloração?
Não. A cloração é obrigatória conforme a Portaria 888, especialmente em sistemas com poço artesiano.








