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Análise de Efluentes: Definição, Tipos, Riscos e Soluções
Os efluentes são resíduos líquidos gerados por diversas atividades humanas. Eles podem causar sérios danos ao meio ambiente se não forem tratados adequadamente.
No artigo de hoje, você vai saber como os efluentes podem impactar a sua vida e o meio ambiente.
O que são efluentes?
Os efluentes são resíduos líquidos descartados no meio ambiente provenientes de atividades industriais, agrícolas ou domésticas.
Quando despejados de forma inadequada, alteram a qualidade dos corpos d’água, causando sua degradação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 80% das águas residuais do mundo são lançadas no meio ambiente sem tratamento adequado.
No Brasil, conforme o Instituto Trata Brasil, 44% da população não tem acesso à coleta de esgoto. E apenas 52,2% dos esgotos do Brasil são tratados*.
Existem diversos tipos de efluentes, cada um com suas características específicas:
Água de Lavagem: Utilizada em lavagens industriais.
Efluente Oleoso: principalmente proveniente de indústrias automobilísticas e postos de gasolina, que descartam combustíveis, lubrificantes e graxa e da indústria alimentícia.
Efluente com Grande Carga Orgânica: Gerado principalmente em indústria de papel e celulose, na indústria de alimentos e no setor agroindustrial.
Efluente com Metais Pesados: Encontrado em forma líquida, principalmente gerados em indústrias galvânicas e metalúrgicas. Entre os metais pesados estão: chumbo, mercúrio, cobalto, níquel e cádmio.
Efluentes com Contaminantes Emergentes: resíduo gerado em indústria e hospitais, que se caracterizam por surfactantes, pesticidas, fármacos e hormônios.
Esgoto Doméstico: Provenientes de caixas de gordura e fossas sépticas, usualmente são compostos por restos de alimentos e efluentes sanitários, ou seja, os rejeitos originados dos banheiros e cozinhas de estabelecimentos corporativos e também residências.
Principais parâmetros para análise de efluentes
1) Cor e Sólidos Suspensos Totais
A coloração dos efluentes industriais é determinada pelos compostos contidos neles, como os sólidos suspensos.
Na indústria têxtil, por exemplo, os efluentes podem adquirir a tonalidade dos corantes e pigmentos empregados nos processos de fabricação.
Efluentes com cores escuras e grandes quantidades de sólidos podem diminuir a penetração da luz solar na água, comprometendo a fotossíntese das plantas aquáticas e a produção de oxigênio. Ademais, esses efluentes tendem a absorver mais radiação solar, resultando em um aumento da temperatura da água.
2) pH
O pH é uma medida que indica o grau de acidez ou alcalinidade de uma solução aquosa, variando entre 0 e 14, sendo que pH 7 representa um valor neutro. Valores abaixo de 7 sinalizam acidez, enquanto valores acima de 7 indicam alcalinidade. Alterações extremas nos níveis de pH podem ser prejudiciais para a vida aquática.
Águas excessivamente ácidas podem causar a morte de peixes e outros organismos, pois afetam suas membranas celulares e a capacidade respiratória.
Em contraste, águas muito alcalinas podem reduzir a quantidade de oxigênio dissolvido. Portanto, o tratamento de água muitas vezes envolve a correção do pH, utilizando ácidos para reduzir a acidez ou bases para aumentar a alcalinidade.
3) DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) e DQO (Demanda Química de Oxigênio)
A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é um parâmetro que mede a quantidade de oxigênio que microrganismos aeróbicos (que dependem de oxigênio) consomem para decompor a matéria orgânica presente no efluente.
A Demanda Química de Oxigênio (DQO) avalia a quantidade de oxigênio necessária para a oxidação química da matéria orgânica e de alguns compostos inorgânicos.
Altos níveis de DBO e DQO podem resultar em poluição significativa, pois reduzem a quantidade de oxigênio disponível para organismos aquáticos, levando à morte de peixes e outras formas de vida.
O compromisso das indústrias com o tratamento eficiente de efluentes
Efluentes não tratados têm o potencial de poluir fontes de água e comprometer a qualidade dos recursos hídricos. Existem leis e regulamentos estritos para o descarte de efluentes que definem padrões de qualidade com o objetivo de proteger o meio ambiente e a saúde pública.
Empresas responsáveis devem implementar práticas sustentáveis e responsáveis para minimizar seu impacto ambiental. Além disso, certos efluentes podem ser reutilizados após um tratamento adequado, contribuindo para a redução do consumo de água.
Quais são os riscos e as consequências que os efluentes contaminados oferecem?
Os efluentes contaminados representam uma série de riscos e podem ocasionar diversas consequências graves, incluindo a contaminação de água potável, danos à vida aquática e à saúde humana.
Altos níveis de metais pesados em efluentes, por exemplo, podem levar a intoxicações severas em seres humanos e animais.
A contaminação por efluentes pode ter consequências devastadoras tanto a curto quanto a longo prazo.
A poluição dos corpos d’água pode resultar em perda de biodiversidade, degradação dos ecossistemas aquáticos e impactos negativos na saúde pública. Estudos indicam que áreas afetadas por efluentes não tratados podem levar décadas para se recuperar.
Tipos de descarte de efluentes
Redes coletoras: A rede de coleta de esgotos é um componente essencial do sistema de saneamento, composta por um conjunto de tubulações e acessórios projetados para transportar os esgotos dos coletores ou ramais prediais até uma estação de tratamento, como a da Sabesp.
Corpos receptores: Quando não há serviço de coleta de esgoto disponível, a responsabilidade de tratar os efluentes recai sobre o empreendimento. Após o tratamento, o efluente deve ser descarregado em um corpo receptor, como córregos ou rios.
Soluções eficientes para o tratamento de efluentes
Tratamento físico-químico:
Os tratamentos físico-químicos utilizam uma combinação de processos físicos e químicos para eliminar contaminantes de efluentes com características complexas ou que não podem ser eficientemente tratados apenas com métodos biológicos.
Os principais métodos dessa abordagem incluem:
Coagulação e floculação;
Precipitação química;
Adsorção e filtração;
Ajuste de pH;
Oxidação avançada.
Tratamento biológico
O tratamento biológico de efluentes utiliza microrganismos para degradar a matéria orgânica, convertendo-a em biomassa e transformando-a em compostos mais estáveis, como água e dióxido de carbono.
Os principais métodos dessa abordagem incluem:
Lodos ativados;
Lagoas de estabilização;
Reatores anaeróbicos.
Mantenha-se em conformidade com a legislação ambiental
O Decreto 8468, de 8 de setembro de 1976, do Estado de São Paulo, trata da prevenção e controle da poluição ambiental e estabelece os padrões para o lançamento de efluentes.
O Artigo 18 regula os critérios para o lançamento direto de efluentes em corpos d’água, como córregos e rios.
Veja as concentrações máximas dos seguintes elementos:
Parâmetro
Concentração/Valor Máximo
Arsênico
0,2 mg/l
Bário
5,0 mg/l
Boro
5,0 mg/l
Cádmio
0,2 mg/l
Chumbo
0,5 mg/l
Cianeto
0,2 mg/l
Cobre
1,0 mg/l
Cromo hexavalente
0,1 mg/l
Cromo total
5,0 mg/l
Estanho
4,0 mg/l
Fenol
0,5 mg/l
Ferro Solúvel (Fe²⁺)
15,0 mg/l
Fluoretos
10,0 mg/l
Manganês Solúvel (Mn²⁺)
1,0 mg/l
Mercúrio
0,01 mg/l
Níquel
2,0 mg/l
Prata
0,02 mg/l
Selênio
0,02 mg/l
Zinco
5,0 mg/l
pH
Entre 5,0 e 9,0
Temperatura
Inferior a 40°C
Materiais sedimentáveis
Até 1,0 ml/l
Substâncias solúveis em hexana
Até 100 mg/l
DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) 5 dias
Máximo de 60 mg/l
Já o Artigo 19ª define os padrões para o lançamento de efluentes em sistemas de coleta de esgoto, como os operados pela Sabesp.
Veja as concentrações máximas dos seguintes elementos:
Parâmetro
Concentração/Valor Máximo
Arsênico
1,5 mg/l
Cádmio
1,5 mg/l
Chumbo
1,5 mg/l
Cianeto
0,2 mg/l
Cobre
1,5 mg/l
Cromo hexavalente
1,5 mg/l
Cromo total
5,0 mg/l
Despejos que causem obstrução ou interferência no sistema de esgotos
Ausência
Elementos constantes das alíneas “a” a “d” exceto Cromo hexavalente
Total de 5,0 mg/l
Estanho
4,0 mg/l
Fenol
5,0 mg/l
Ferro Solúvel (Fe²⁺)
15,0 mg/l
Fluoreto
10,0 mg/l
Materiais sedimentáveis
Até 20 ml/l em teste de 1 hora em “cone Imhoff”
Mercúrio
1,5 mg/l
Níquel
2,0 mg/l
Óleo e graxas visíveis
Ausência
pH
Entre 6,0 e 10,0
Prata
1,5 mg/l
Selênio
1,5 mg/l
Solventes, gasolina, óleos leves e substâncias explosivas ou inflamáveis
Ausência
Substâncias potencialmente tóxicas a processos biológicos de tratamento de esgotos
Ausência
Substâncias solúveis em hexano
Concentração máxima de 150 mg/l
Sulfato
1.000 mg/l
Sulfeto
1,0 mg/l
Temperatura
Inferior a 40ºC
Zinco
5,0 mg/l
Como a Microambiental realiza a amostragem de efluentes?
Nossa equipe de amostragem é bem treinada e experiente, garantindo que as amostras sejam coletadas com precisão e integridade.
Confira os tipos de amostragem que realizamos:
Simples: É aquela coletada em uma única tomada de amostra.
Composta: É aquela coletada em várias tomadas de porções, compondo uma amostra total dentro de um período..
Após a coleta, as amostras são encaminhadas para realizar as análises em nosso laboratório, que é acreditado e segue altos padrões de qualidade.
Veja por que somos o parceiro ideal para o seu negócio
Equipe Especializada: Profissionais treinados para garantir amostragens precisas e sem contaminação.
Apoio Técnico: Suporte na interpretação dos resultados e orientação para ações corretivas.
Praticidade: Resultados armazenados em nuvem, acessíveis de qualquer lugar.
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