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O derramamento de petróleo no Nordeste e seus problemas.
Segundo a ANP, o “petróleo cru” é a forma bruta deste óleo, ou seja, o estado como emerge dos poços antes de qualquer processo de refinamento. Estes processos que vão transformar esse petróleo cru em derivados comerciais que utilizamos no nosso dia-dia tais como diesel, gasolina, nafta, querosene de aviação, gás liquefeito de petróleo, lubrificantes, entre outras substâncias que servem de matéria prima para diversos outros produtos.
Porque o petróleo cru é de difícil remoção?
Muitas vezes, achamos que pelo fato do petróleo ser um composto orgânico ele pode ser facilmente degradado de forma natural, como por exemplo pela a rebentação das ondas e ocorrência de chuvas (que dispersam o material), ou pela irradiação solar (que evapora determinados componentes) e pelas bactérias daquele local que tem a capacidade de se “alimentar” (Biotransformar/Biodegradar) desses componentes. Mas não é tão simples assim, o petróleo é uma combinação complexa de hidrocarbonetos (carbono e hidrogênio) sendo assim um composto muito estável (reage pouco com o ambiente), o que faz com que a sua degradação natural demore décadas.
Quais danos o petróleo pode causar ao meio ambiente e ao homem?
O petróleo causa impacto tanto no meio ambiente quanto nos seres humanos. Isso se dá por conter frações tóxicas que podem levar à morte de diversos organismos por intoxicação. A composição dessas frações do petróleo pode se dá tanto substâncias que apresentam uma certa solubilidade em água (benzeno, tolueno e xilenos) e também por compostos orgânicos voláteis (COVs), ambos além de altamente tóxicos são cancerígenos. Deste modo o petróleo pode causar problemas de saúde em caso de inalação, ingestão ou contato com a pele.
Segundo artigo publicado pela Universidade de São Paulo, os danos gerados pelos vazamentos possuem um alcance muito maior do que imaginamos influenciando em toda cadeia alimentar marinha, isso se dá por um processo que chamamos de Bioacumulação. O processo consiste na adesão do material tóxico nos organismos, que são posteriormente ingeridos por organismos maiores. Isso representa um risco de contaminação em toda a cadeia alimentar, podendo chegar nos seres humanos.
Não podemos esperar décadas para a degradação de uma substância tão toxica no ambiente !
Como tratamos vazamentos de petróleo?
No Brasil, nós temos “Planos de contingência para vazamentos de óleo no mar” estabelecidos pela Lei Federal nº 9966/2000 trata nos seus Artigos 5°, 7º e 8º sobre planos de contingência Individual (PEI), de Área (PA), Regional (PR) e Nacional (PNC) a incidentes de poluição por óleo nas águas brasileiras, bem como sobre a obrigatoriedade de dispor dos meios adequados para o combate à poluição.
Deste modo, para diminuir o impacto do acidente, equipes devidamente equipadas e treinadas vão agir basicamente de duas maneiras: primeiro, cercando a mancha de óleo para evitar que o vazamento se espalhe. Segundo, iniciando a recuperação da área.
Normalmente a recuperação da área é elaborada através de substâncias químicas (dispersantes) lançadas na água, que quebram a mancha de óleo em partes menores, facilitando o trabalho das bactérias do mar que degradam naturalmente o petróleo. O grande problema é que esses produtos podem ser tóxicos à fauna e à flora.
Uma alternativa ao uso de químicos é um processo que chamamos de biorremediação…
Uma alternativa ao uso de químicos é um processo que chamamos de biorremediação, processo que ocorre naturalmente pela ação de bactérias e fungos. Estes microrganismos são capazes de utilizar os contaminantes do petróleo como fonte de carbono e energia e gerando produtos menos tóxicos ao ambiente como gás carbônico e água. A atenuação natural monitorada é quando a área contaminada é remediada por biodegradação natural, o processo é mais promissor quando utilizamos uma combinação tanto de métodos químicos quanto de biológicos em conjunto.
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